Poema não é pranto ou arma
ou fogo ou grito
Poema é algo na poesia
que sofregamente se faz
depuradoramente se entende
e germinalmente se sente
Façam seus poemas cotidianos
da matéria mais intensa
confia no papel, com ternura
A poesia é um tempo presente
2.1.07
Nenhum sorriso
Os versos que eu te fiz
Ah, os versos que eu te fiz
e tu não me deu nenhum
sorriso
Te falei da minha casa,
do lugar onde guardo meus chinelos,
do segredo na ração do meu cachorro
e tu nenhum sorriso me deu
falei do que tive e não tive,
sonho e busco
da coleção de camisetas velhas destruída
pela minha mãe
falei do por-do-sol que é mais tranquilo
se você viaja sob ele
falei tudo sem rima nenhuma, que isso
tanto faz
e você nenhum sorriso me deu
VA PRA PUTA QUE PARIU
Ah, os versos que eu te fiz
e tu não me deu nenhum
sorriso
Te falei da minha casa,
do lugar onde guardo meus chinelos,
do segredo na ração do meu cachorro
e tu nenhum sorriso me deu
falei do que tive e não tive,
sonho e busco
da coleção de camisetas velhas destruída
pela minha mãe
falei do por-do-sol que é mais tranquilo
se você viaja sob ele
falei tudo sem rima nenhuma, que isso
tanto faz
e você nenhum sorriso me deu
VA PRA PUTA QUE PARIU
Nada de Patrícia
Ah, nada de Patrícia
Patrícia foi embora
nada de conversa
nada de carícia
Patrícia foi embora,
e agora?
Aquela voz meiga,
aquele olhar maroto
(com um gato de malícia
escondido com o rabo de fora)
E agora?
Patrícia foi embora...
Deixou minha careca
sozinha, mas pelo menos
Patrícia gostou dela
um dia
Patrícia foi embora
nada de conversa
nada de carícia
Patrícia foi embora,
e agora?
Aquela voz meiga,
aquele olhar maroto
(com um gato de malícia
escondido com o rabo de fora)
E agora?
Patrícia foi embora...
Deixou minha careca
sozinha, mas pelo menos
Patrícia gostou dela
um dia
Planos
Demora te encontrar
denovo
ver nos teus lábios o
ápice da minha agonia
Demora tua voz
aconchegar meus ouvidos
em agilidade
Demora saber que
teus olhos, que me olham
(nem tanto)...
Que tua pele,
teu calor
demoradamente se afastam
e eu, um pouco a contragosto
não faço muitos planos
denovo
ver nos teus lábios o
ápice da minha agonia
Demora tua voz
aconchegar meus ouvidos
em agilidade
Demora saber que
teus olhos, que me olham
(nem tanto)...
Que tua pele,
teu calor
demoradamente se afastam
e eu, um pouco a contragosto
não faço muitos planos
VENTO II
Ouvidos sedentos de destino
mas a cidade fala toda implosão
torturados por
onibusmotosapitosvendedores
o ralo do rio leva
tudo
e
m
b
o
r
a
e tateio o vento
prédios ásperos de fuligem
ar pesado de umidade
ruídos cortando à facacega
qualquer desejo de miragem
O ralo do rio leva tudo embora
e tateio o vento
mas a cidade fala toda implosão
torturados por
onibusmotosapitosvendedores
o ralo do rio leva
tudo
e
m
b
o
r
a
e tateio o vento
prédios ásperos de fuligem
ar pesado de umidade
ruídos cortando à facacega
qualquer desejo de miragem
O ralo do rio leva tudo embora
e tateio o vento
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